Fordlândia


Em 1927, o empresário norte-americano Henry Ford comprou 14 mil km² de terras às margens do rio Tapajós, no Pará. O objetivo era abastecer de látex suas empresas automotivas para que nunca lhe faltasse matéria prima para os pneus.

O projeto não vingou. A Fordlândia foi encerrada em 1945, o governo brasileiro pagou indenização ao Tio Sam e ficou com uma cidade fantasma. Três explicações para o fracasso se entrelaçam.

A primeira é que talvez a famosa frase de Pero Vaz de Caminha de que no Brasil "em se plantando tudo dá" não fosse tão verdadeira quanto queriam crer os gringos e que o solo pobre não permitiu o rendimento esperado.

A segunda é que os custos da borracha com o fim da guerra ficaram mais interessantes do outro lado do globo, no sudoeste asiático.

A terceira é sobre o estilo de vida. A Ford trouxe para o Pará da comida aos hospitais, tudo! Os trabalhadores que viveram na vila industrial de Ford comiam hamburgers e espinafre enlatado, usavam crachás, trabalhavam no famoso sistema fordista e viviam em casas no perfeito American Way. Dá para imaginar? Macunaíma nos Tempos Modernos? Ai, que preguiça...