Resposta: 9 verdades e 1 mentira


1 - O corpo de Voltaire foi exumado e reenterrado durante a revolução francesa - VERDADEIRO

Crítico da Igreja, seu enterro foi marcado por polêmicas. Primeiro houve uma briga entre a família do filósofo e alguns bispos para que o corpo pudesse ser enterrado na abadia de Scellieres. Depois, durante a revolução, seu corpo foi retirado e levado em cortejo até o Panteão de Paris, onde está até hoje.

2 - Platão era saradão e lutou na guerra do Peloponeso - VERDADEIRO

Platão, na verdade, era o apelido de Arístocles, por conta de seus ombros largos como um platô. Sim, o filósofo saradão lutou na guerra do Peloponeso entre 409 e 404 a.C.

3 - Schopenhauer matou o gato que era sua única companhia - FALSO

Schopenhauer de fato morou sozinho com um gato. Durante sua velhice, diz-se que alguns meninos do bairro onde morava o importunavam por isso. Porém, ele jamais teria matado o felino, uma vez que considerava que a compaixão pelos animais estava intimamente ligada à bondade do caráter.

4 - Heráclito se enterrou em um buraco com esterco - VERDADEIRO

Essa já contamos aqui. Por mais estranho que pareça, esse é um dos fatos mais certos sobre a vida de Heráclito. Na biografia escrita por Diógenes de Laércio, o autor conta três desfechos possíveis para a história, mas nas três Heráclito cava o posso e se banha na merda.

5 -  Pitágoras proibia seus alunos de comer galos brancos - VERDADEIRO

A escola pitagórica tenha algumas sentenças, chamadas de máthemas,  bastante controversos. Foi em uma dessas máximas que Pitágoras utilizou, acredita-se, pela primeira vez a palavra "filosofia". Algumas, olhando hoje sem o conhecimento preciso sobre o contexto, parecem bastante arbitrárias e acabam colaborando para a construção de uma visão bastante mística sobre a escola pitagórica. Além de não comer galos, não partiam o pão com as mãos, não tocavam em feijões, por exemplo.

6 - Aristóteles achava que a escravidão era algo natural - VERDADEIRO

Nas palavras do próprio Aristóteles: “Quem pode usar o seu espírito para prever é naturalmente um comandante e naturalmente um senhor, e quem pode usar o seu corpo para prover é comandado e naturalmente escravo; o senhor e o escravo tem o mesmo interesse.” Ele ainda chegava a dizer que o conveniente para o senhor seria também para o escravo e que a o escravo era um dos elementos primários da família.
 
7 - Descartes acordou quase todos os dias de sua vida após o meio-dia - VERDADEIRO

O pai de Descartes era amigo do reitor do colégio jesuíta La Fleche, onde ele estudou com algumas regalias. Ao contrário dos outros meninos, ele tinha um quarto próprio, que já foi apelidado de "estufinha", e não precisava respeitar os horários de despertar. O filósofo se acostumou a levantar sempre após o meio-dia. Alguns atribuem a este hábito o fato dele ter morrido de pneumonia quando foi intimado a dar aulas para a rainha Christina, da Suécia, às 5 da manhã.

8 - Rousseau foi visitar Diderot diversas vezes na prisão - VERDADEIRO

Sim. Foi em uma dessas visitas que Rousseau leu o anúncio para o famoso concurso da Academia de Dijon perguntando "se o renascimento das ciências e das artes tinha contribuído para sanear os costumes". Nesse percurso entre a prisão e a cidade, Rousseau teria se recostado em uma árvore para pensar até que se deu conta que estava em prantos e já havia formulado um texto inteiro em sua cabeça.

9 - Há quem defenda que Francis Bacon e Shakespeare eram a mesma pessoa - VERDADEIRO

Francis Bacon elaborou e divulgou em uma de suas obras um método para criptografar mensagens. Acontece que nunca foi encontrado nenhum documento em que Bacon tenha utilizado o código. Como há muita controvérsia sobre a real autoria das obras de Shakespeare (como um plebeu poderia descrever detalhes da corte, perguntam os céticos?), há pessoas que começaram a procurar mensagens escondidas nas obras de Shakespeare utilizando o código de Bacon. Eles dizem que encontraram.

10 - Maquiavel foi torturado pelos Médici antes de escrever-lhes "O Príncipe" - VERDADEIRO

Maquiavel foi torturado por ter participado de uma suposta conspiração para derrubar os Médici. Sim, os mesmos Médici para quem escreve depois, em 1513, essa carta de conselhos que ficou conhecida como "O Príncipe".